“Sempre tive medo de
morrer, mas agora, a morte parece-me bem convidativa. Nada nesta vida me atrai
ou me interessa mais. Não quero falar, não quero pensar, muito menos respirar,
tudo que eu faço ultimamente é doloroso. Doloroso até demais. Não tenho mais razões
para fingir que estou bem. Quem estiver a ler isto que diga a minha mãe que eu a
amo muito, agradeço por tudo que fez por mim, e peço desculpas por estar
fazendo ela chorar. Aos meus “amigos” não digas nada, nem se quer mostres este
texto que escrevo enquanto choro, eles não merecem saber a verdade… Na verdade
diz sim, diz que eu agradeço todas as vezes que tentei desabafar e eles
estavam muito ocupados a pensar em festas e em namoros… Sempre soube que nada
dura para sempre, sempre soube que um dia acabaria assim. Sempre fui do tipo
que corta o mal pela raiz, e é o que estou a fazer agora. cortando-me pela
raiz! Não culpo ninguém por estar a fazer isso, foi decisão minha. Sei que
sofrerei as consequências dos meus atos quando meu último suspiro for dado, e a minha alma se desvincular do meu corpo. Mas pra mim parece ser menos doloroso o
castigo divino do que continuar aqui, com sorrisos falsos, choros sufocados
pela almofada e o olhar de pena que me lançam diariamente. Eu estou a desistir! Desistir da vida, desistir do mundo, desistir de mim. Talvez
eu vire uma estrela… Vou torcer para isso”